sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Aula de Filosofia

Aula e atividades de Filosofia com músicas

PROFª: Salete V. Perini

ENSINO MÉDIO- Filosofia
LIBERDADE: RAZÃO E AUTONOMIA


“Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado”
Immanuel Kant


1 – O problema da escolha sem autonomia em nossa sociedade.

Sabemos que a liberdade, como apontou Sartre, expressa-se na escolha que fazemos durante todo o tempo. Porém, talvez as escolhas que estamos fazendo estejam corrompidas, talvez estejamos agindo sob influência de interesses que não são verdadeiramente nossos. Vejamos a música abaixo para situarmos melhor o problema que expomos:

Adimirável Chip Novo
Pitty
Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado,
Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor, Não senhor, Sim senhor

Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluido em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado,
Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva
Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor, Não senhor, Sim senhor
Mas lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema
PITTY. Admirável chip novo, 2003.
O refrão da música compõe-se de imperativos que nos são ininterruptamente transmitidos pela televisão, pelo rádio, pela internet, pelos jornais, pelas revistas, pelos outdoors, por religiões e até pelos nossos amigos. Embora possamos passar a vida sem perceber, escolhemos entre roupas da marca A ou B, refrigerante A ou B; carro A ou B, eletrodoméstico A ou B, deus A ou B. É verdade que há uma escolha, é verdade que podemos escolher por A e não por B; porém, é verdade também que muitas vezes agimos influenciados sobre os imperativos que nos foram transmitidos.
A música expressa que as escolhas que fazemos podem estar corrompidas pelo consumismo contemporâneo, expressa que fazemos escolhas influenciadas por falsas necessidades, por interesses exteriores a nós mesmos. Isto é, a comparação feita pela música, entre nós e os robôs, retrata justamente o modo como somos “programados” a realizar escolhas que beneficiam interesses que não são necessariamente os nossos, a escolher coisas que não precisamos, a fazer coisas que podem até estar contrárias a nossos interesses. E ainda podemos aceitar estas coisas de bom grado: “Não senhor, Sim senhor, Não senhor, Sim senhor”. Caso não gostemos e fazemos algo contrário aos imperativos que nos foram transmitidos, a música mostra a saída que é usada para tudo continuar do modo como está: “Lá vem eles novamente e eu sei o que vão fazer: reinstalar o sistema”.
Portanto, o problema da liberdade em nossa sociedade é ainda um problema não resolvido, trataremos neste período justamente das escolhas que fazemos e que podem ainda não serem suficientes para sermos livres. Segundo a música, em cada um de nós é como se houvesse um chip, como se não fôssemos livres.



VAMOS FILOSOFAR...


1 – Quais são os imperativos que a música demonstra que nos são impostos ininterruptamente?
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2 – Ao escolhermos um produto de uma marca, e não de outra, após sermos convencidos por uma propaganda, somos livres? Explique.
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3 – Explique como a música, ao comparar-nos com robôs, mostra que não somos livres.
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4 – Você já foi influenciado por propagandas a adquirir algo que não tinha muita necessidade? Exemplifique e explique como sua liberdade foi afetada.
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5 – Desenhe um exemplo de propaganda que influencia as pessoas e, assim, afeta a liberdade delas.











terça-feira, 9 de agosto de 2011

Região Norte

http://www.infoescola.com/geografia/regiao-norte/
  •   Analisar nos mapa, os limites das unidades do relevo;
  •   Pesquisar os períodos geológicos da formação do relevo ;
  •   Elaborar uma tabela com os períodos geológicos, as respectivas idades cronológicas e os principais eventos geológicos e biológicos;
  •   Observar no perfil esquemático: as camadas estratigráficas e associar aos períodos geológicos;
  •   Procurar imagens das unidades do relevo :
  •  Planície Litorânea ou Costeira;
  • Serra do Mar;

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Características do Método científico

II.2. Características do método científico

O método dedutivo, o método indutivo e o método hipotético-dedutivo são os três métodos científicos a que se refere a denominação genética de método científico.
A primeira característica do método científico é a sua natureza convencional, a de servir de marco de geração do conhecimento objetivo. Por isso existem múltiplas características em função da perspectiva com que se classifiquem, se estudem e inclusivamente se denominem.

Aristóteles (384-322 a.C.)
(Imagem de domínio público)
Aristóteles e o método científico
 
A primeira que me chama a atenção é o fato de que os dois primeiros têm um nome difícil de distinguir, visto que no âmbito linguístico, podem representar um só conceito com duas manifestações: raciocínio numa direção ou na contrária, do geral para o particular ou vice-versa.
O problema, logicamente, deriva da dificuldade conceptual de separar um método científico de outro de uma forma clara; evidentemente os termos escolhidos não ajudam a reter na memória estes dois conceitos de método científico. Também não ajuda muito a denominação do terceiro método científico.
Uma característica de ambos métodos é que podem ir do geral para o particular ou vice-versa, num sentido ou no inverso. Ambos utilizam a lógica e chegam a uma conclusão. Em última instância, sempre têm elementos filosóficos subjacentes.
Ambos costumam ser susceptíveis de verificação empírica. Ainda que o método dedutivo seja mais próprio das ciências formais e o indutivo das ciências empíricas, nada impede a aplicação indistinta de um método científico ou outro a uma teoria concreta.
Para mim, sem pretender entrar em polêmica neste tema, a diferença fundamental entre o método dedutivo e o método indutivo é que o primeiro aspira a demonstrar, mediante a lógica pura, a conclusão na sua totalidade a partir de umas premissas, de maneira que se garante a veracidade das conclusões, se não se invalida a lógica aplicada. Trata-se do modelo axiomático proposto por Aristóteles como método científico ideal.
Pelo contrário, o método indutivo cria leis a partir da observação dos fatos, mediante a generalização do comportamento observado; na realidade, o que realiza é uma espécie de generalização, sem que através da lógica possa conseguir uma demonstração das citadas leis ou conjunto de conclusões.
As referidas conclusões poderiam ser falsas e, ao mesmo tempo, a aplicação parcial efetuada da lógica poderia manter a sua validade; por isso, o método indutivo necessita de uma condição adicional, a sua aplicação considera-se válida enquanto não se encontrar nenhum caso que não cumpra o modelo proposto.
O método hipotético-dedutivo ou de verificação de hipóteses não coloca, em princípio, nenhum problema, visto que a sua validade depende dos resultados da própria verificação.
Este método científico costuma utilizar-se para melhorar ou precisas teorias prévias em função de novos conhecimentos, nas quais a complexidade do modelo não permite formulações lógicas. Portanto, tem um caráter predominantemente intuitivo e necessita, não só para ser rejeitado mas também para impor a sua validade, a verificação das suas conclusões.
Poderia propor-se, para estas três variantes do método científico, a denominação de método dedutivo, método intuitivo e método experimental ou método de verificação, ou qualquer conjunto de palavras que façam referência às suas diferenças fundamentais e não coloquem problemas à memória linguística. Não obstante, nesta exposição, manterei a nomenclatura geralmente utilizada. Nesta mesma linha se encontra a denominação de método lógico dedutivo que as vezes recebe o método dedutivo.
A Teoria Geral da Evolução Condicionada da Vida seria, em princípio, uma teoria baseada no método hipotético-dedutivo ou método de verificação de hipóteses.
A teoria de Darwin, pelo contrário, estaria enquadrada no método indutivo; mas que, apesar de encontrar exemplos contrários não se invalida, adequa-se para encaixar qualquer triângulo. Porque será?
Como se disse anteriormente, toda a teoria deve ser resistente à sua refutação, contudo, uma teoria que não pode ser refutada por nenhum fato concebível, não é científica. A impossibilidade de refutação de uma teoria científica não é uma virtude, mas sim um vício.